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Jujutsu Kaisen: Artistas Contra as Probabilidades

Atualizado: 17 de mar.



Trabalhar no mundo dos animes pode parecer um sonho para os apaixonados por essa cultura.

Nos últimos tempos, os animes se consolidaram como um setor econômico de destaque no Japão; a pandemia só acelerou isso, trazendo também um aumento igual de fãs estrangeiros. Mas todo o sucesso da indústria veio acompanhado por uma realidade na qual os animadores, os verdadeiros artistas por trás das obras, enfrentam condições de trabalho precárias.




Ao invés de serem recompensados, muitos deles perceberam a grande diferença entre o dinheiro que movimentam e seus próprios salários, fazendo surgir dúvidas sobre a possibilidade de transformar suas paixões e sonhos em uma carreira sustentável.

Em sua maioria, a indústria direciona a maior parte dos lucros para os estúdios. A produção, em grande parte, é feita por meio do desenho à mão, que precisa ser entregue dentro de prazos já estabelecidos. A dificuldade em atender a tantas demandas leva os estúdios a contratarem freelancers, prática escolhida principalmente por facilitar a negação de direitos trabalhistas a esses profissionais que são contratados de forma independente.

Afinal, por que pagar além do mínimo, sendo que existem vários jovens sonhando em fazer parte da indústria? O resultado são pessoas mal remuneradas com o acúmulo de trabalhos exaustivos.


Segundo a Associação de Animação Japonesa, um animador na casa dos 20 anos ganha, em média, ¥1.1 milhões por ano, valor abaixo da linha de pobreza no Japão.

Recentemente, essa discussão ganhou intensidade devido aos casos envolvendo o MAPPA Studios, conhecido por sucessos como Jujutsu Kaisen, Attack on Titan e Vinland Saga. Agora, o estúdio vem recebendo críticas por causa das suas condições de trabalho.

O animador principal, Kosuke Kato, que supervisiona a segunda temporada de Jujutsu Kaisen, que já teve sua terceira temporada anunciada, desabafou nas redes sociais, acompanhado por mais de uma dúzia de animadores que também se manifestaram, falando desde a falta de pessoal até as horas extras insanas.

Conseguimos ver as consequências na temporada em questão, que se tornou uma batalha de altos e baixos, indo desde cenas excepcionais para momentos inacabados.

Criar anime não é tarefa fácil, e a indústria enfrenta dificuldades há anos. Provavelmente, não existe uma solução simples para um problema tão grande. Poderíamos considerar a cobrança de salários justos de forma imediata, mas ainda assim, é preciso discutir a necessidade de uma mudança estrutural nessa indústria que prioriza o lucro e não humaniza seus funcionários.

No final, por trás de tudo que nós amamos, admiramos e assistimos, pode existir alguém que não está vivendo de uma forma justa em troca de sua paixão e trabalho. No entanto, eles continuam.


Fontes:


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